A atividade foi conduzida pela Alessandra do Casa dos Meninos (já nossa amiga). Conversamos brevemente eu (Pedrinho Educador) e Pedro (coordenador) com a educadora “animadora” e afinamos sobre essa dinâmica, ainda nova para nós que iniciamos no programa. Foram passadas algumas características do grupo, bem como os locais que já circulamos.
A educadora ‘animadora’ iniciou as atividades de forma lúdica, com a dinâmica do barbante, onde os jovens se apresentavam e iam enrolando o pedaço do barbante à medida que falavam. No inicio as apresentações foram tímidas, depois pouco a pouco, foram se expressando e apareceram sonhos dos mesmos, lugares onde estudam e moram. Como a participação estava tímida, Alessandra revezava entre um menino e uma menina, independente do círculo (formado pelas cadeiras), o que facilitou e instigou a participação dos jovens.
Foi lida por uma jovem do grupo (Andreza), a poesia proposta pela Alessandra, que tinha o foco a palavra plano, já introduzindo a reflexão da troca de idéia que iria surgir; e em seguida vieram os papeizinhos onde cada jovem escreveu uma idéia futura, versando sobre planejamento. A seguir o coordenador, apresentou o Programa Jovens Urbanos ressaltando a ampliação de repertório sócio-cutural do programa. Destacou os parceiros envolvidos para efetivação do PJU, bem como as ONGs, regiões (leste/ sul). A importância das sugestões e participação dos jovens durante o programa, utilizando também o recurso do data-show, com etapas, travessias, parceiros e propostas. Realizada a trajetória Adesão, agora com outros jovens chegando no programa, já há um mínimo de reconhecimento e entrosamento no grupo, portanto essa atividade – planejamento jovem - veio para somar.
Após o lanche, Alessandra iniciou uma dinâmica bem legal. Propunha aos jovens, ouvindo uma música, a circularem livremente pela sala durante seu som; quando a mesma parava, ela dava o comando dizendo um número, como por exemplo: 1, 2 ou 5; daí os jovens se juntavam nesse número de pessoas. Assim, foi dividido os grupos entre 4 u 5 jovens para inicio dos trabalhos de planejamento
Nos sub-grupos, surgiram muitas questões e Alessandra passava de grupo em grupo esclarecendo duvidas, dando sugestões mas sobretudo instigando e suscitando de idéias.
Após esta etapa, as tarjetas com as idéias expressas dentro dos interesses e necessidades dos jovens: temas, explorações experimentações e produções, foi proposto ao grupo uma oradora (Andreza) para ler as propostas e, uma outra jovem a (Tainá) para escrever as propostas que cabem dentro do PJU. Os jovens antes receberam as tarjetas - uma vermelha, para o que não caberia ao programa; e outra verde, para o que caberia ao programa -, e aí foram aparecendo coisas bem interessantes. Vejamos:
J: Fazer um curso de música, Zoológico, Planetário, Aquario de São Paulo, Emissoras de TV, Oficinas de Teatro, Graffiti, Parques Jd Botânico, Cinema, Hopi Hari, Asilo, Orfanato, Abrigos de Moradores de Rua.
U: Visitar o MASP, Sala São Paulo, Museu do Futebol, Museu da Língua Portuguesa, programas específicos de TV (“educativos” Manos e Minas por exemplo), Empresas, Industrias, Teatro Municipal, Cinemas de Centros Culturais, Museu Afro, Pq do Carmo, Pq Aclimação, Casa das Rosas, Pq da Luz, Pq Jacuí, Pinacoteca, Pq Raul Seixas, Pq Guarapiranga;
- experimentações: fazer vivencia com teatro, arte com materiais recicláveis, entrevistas com diversas pessoas, oficinas de: moda, fotografia, djay;
- temas: Sexualidade, Globalização, Preconceito, Mercado de trabalho, Política, Drogas, aborto, Juventude.
Finalizando o dia, Alessandra explicou sobre o Comitê Jovem, ressaltando que o jovem escolhido para representar os anseios do grupo, deveria ser bem escolhido, pois requer a capacidade de dialogo, compromisso e vontade. O tempo estipulado para realização da atividade foi superado pelo fato de que, em vários momentos os jovens se dispersaram e, novamente Alessandra os envolvia nos assuntos abordados, sendo importante considerar que os jovens estão ainda em processo novo para eles; pois carregam vícios do comportamento escolar, se dispersaram em pequenos grupos (“panelinhas”) perdendo o foco das discussões.
Fato que estamos observando e propondo mudanças durante o processo, nessa etapa de adesão, a qual já modificamos muitos comportamentos contudo, quando passa uma ou duas semanas, constatamos os mesmos deslizes. Alessandra levou muito bem a “idéia do dia” aos jovens. Estes, participaram e contribuíram com muitas sugestões, houve debate dentro dos sub-grupos, instigado pela educadora animadora. O funk por exemplo, em um desses sub-grupos, gerou uma intensa discussão sobre o machismo e vulgarização da mulher (algumas meninas tripudiavam o funk pelas letras, e uns meninos se contrapunham dizendo que dependia de outros fatores e, que podia ser legal e bom de ouvir).
Muitas das sugestões dos jovens no grupo J , levaram tempo no desdobramento, pois educadora considerou tudo aquilo exposto pelos sub-grupos, não fugiu do debate e, de forma bem nítida ressaltou a característica do programa; frisando que lugares pagos ou apenas destinado ao entretenimento pessoal, poderiam sair fora da proposta pedagógica do mesmo e, a discussão diária se faz necessário. Daí o cuidado com as explorações sugeridas como Asilos, Orfanatos e outros, poderiam ter apenas cunho assistencialista, sem continuidade. E lugares pagos, podem ser explorados pela mesma galera, mas fora dos encontros do PJU.
Devo dizer também, que gostei da forma como foi organizada essa atividade. O fato da Alessandra e Fernando virem até nós primeiramente, particularmente a mim, ajudou a compreender mais a proposta da atividade, conhecer um pouco do que ocorreu em edições anteriores e, poder observar de perto a habilidade e engajamento no contato direto com os jovens.
Finalizamos as atividades ressaltando que a Casa dos Meninos esteve muito bem representada, na figura de seus educadores. Muito obrigado Alessandra e ao Fernando, vocês contribuíram muito com o processo formativo. Valeu!
Pedro Rafael
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